365 dias sem ti

" O amor não se procura, encontra-se. Não se ensina aprende-se."

sábado, 19 de janeiro de 2013

Ás vezes olho para ti e pergunto quem és, quando ficaste assim, quando é que a doença chegou, quando é que deu os primeiros sinais, quando é que pediu para destruir a tua vida, e depois olho para mim e pergunto porquê eu, porque a minha família.
Ninguém espera que seja a primeira a desistir, porque tenho demasiada vida dentro de mim, mas também ninguém espera que eu chore, que eu diga que não aguento mais, que não tenho mais nada para dar.
Por favor deixa-nos em paz, vai para longe, já chega de nós magoares, já chega de nos atormentares com todos os teus avanços, com todas as tuas peripécias para nos fazeres bater no fundo do poço.
Chega de batalhas, chega de contar os dias, chega de hospitais, de médicos, de "ses" ,de perguntas, chega de tudo isto, só quero que vás embora!
És como um furação, vens silencioso, devagarinho sem ninguém dar por ti, mas quando chegas, vens carregado de força, destróis tudo o que há para destruir e depois deixas-nos aqui com a vida virada do avesso.
Ninguém sabe o quanto tudo isto me destruiu, o quanto isto marcou a minha vida, ninguém sabe que não tenho coragem de te enfrentar, de aceitar que vais partir e que estas a sofrer e que eu não posso fazer nada, meto um sorriso na cara porque é mais fácil.
Neste momento somos apenas nós diante o espelho, a nossa imagem não corresponde ao que sentimos, nós sorrimos porque convém, dizemos que está tudo bem porque assim poupamo-nos as perguntas alheias.
Mas na realidade só queremos chorar, gritar bem alto e dizer que está tudo mal e que estamos sem forças e sem esperanças.


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