Numa fracção de segundos tudo muda, o que antes era um conto de fadas transforma-se num pesadelo, daqueles bem feios que costumávamos ter quando eramos crianças e víamos um filme que a nossa mãe nos tinha dito para não ver.
O chão desaba, ficamos sem chão, sem teto, ficamos sem nada, as lágrimas apoderam-se de nós, a tristeza consome-nos por dentro, e nós ficamos ali a olhar-nos, a ver a nossa imagem refletida no espelho, e perguntamos, porquê, porquê eu?
Nunca pensamos que as desgraças nos acontecem, a alguém dentro do nosso seio familiar, dos nossos amigos, alguém próximo o suficiente para nos fazer sofrer dia e noite, acontecem sempre aos outros, vemos na televisão a desgraça alheia e sentimos pena daquelas pessoas.
Agora que tudo mudou e a desgraça alheia não nos importa, apenas a nossa desgraça,se não for connosco próprios nunca lutamos, apenas nos incomoda é como uma pedra no sapato que anda ali de um lado para o outro, e nós não fazemos nada para a tirar, é assim que vemos a desgraça dos outros.
Connosco é totalmente diferente, primeiro não queremos acreditar, depois caímos na realidade e choramos, choramos muito e perguntamos o porquê, quando conformados lutamos com tudo o que temos para mandar o problema para bem longe e trazer a paz e a tranquilidade para junto de nós.
Lutamos vinte e quatro sob vinte e quatro horas, e quando perdemos uma batalha, ficamos derrotados, perdemos as forças e vamos abaixo, mas depois ganhamos coragem e voltamos a lutar.
A luta é constante, já nada é mais importante que o objetivo de trazer de volta a tranquilidade.
A partir de agora temos três opções, ou lutamos o suficiente e tudo volta ao normal, ou lutamos o suficiente e o pesadelo toma conta de nós ou então deixamos de lutar.
Falar na terceira pessoa é fácil, não é connosco, não nos dói, não nos mata por dentro, falar na primeira pessoa é um ato de coragem, é enfrentar o problema e enfrentar os outros.
De hoje em diante uma nova batalha começou.
Sem comentários:
Enviar um comentário