365 dias sem ti

" O amor não se procura, encontra-se. Não se ensina aprende-se."

sábado, 1 de agosto de 2015


Ela tinha um sorriso lindo, um sorriso que mostrava quase a toda hora, um sorriso que estava sempre presente mesmo quando por dentro só lhe apetecia chorar e mostrar má cara a todos, ela não tinha o melhor temperamento do mundo, era dona do seu nariz e dizia que satisfações só dava aos pais, era doce e ao mesmo tempo arrogante, não era uma mulher que deixasse os homens de queixo caído pela sua forma física ou pela sua altura, era pequenina, encaixava bem no meu abraço, fazia-me tão feliz. Era a mulher da minha vida e eu não sabia, reclamava com ela por tudo e por nada, reclamava quando me mostrava má cara e acordava rabugenta e me dizia para não a abraçar logo pela manhã, por mais que eu soubesse que ela adorava que eu abraçasse, reclamava quando aqueles longos cabelos se prendiam no meu relógio sempre que a abraçava, eu reclamava e ela reclamava comigo, reclamava mas por  mais má cara que me mostrasse eu conhecia o coração dela, e sabia que ela jogava na defensiva, não deixava ninguém aproximar-se do seu coração e não dava bola a ninguém, tinha uns quantos amigos que a conheciam bem e os outros eram apenas conhecidos.
Ela deixou-me conhecer o seu coração, amou-me como nunca ninguém me tinha amado, dizia que queria casar comigo e que queria que os nosso filhos tivessem os meus olhos verdes e o cabelo dela, e agora sei que eu também queria isso.
A mulher da minha vida, fazia tudo por mim, apoiava-me sempre, dizia-me que eu era o melhor, nunca deixou que eu me sentisse mal, e eu não consegui fazer o mesmo por ela, durante os anos que estive ao lado dela nunca me senti triste, ela nunca deixava que isso acontecesse.
Era uma mulher furacão, tanto era doce, como levantava o tom de voz e fazia-se ouvir, tinha sempre um opinião sobre quase tudo e reclamava muito, e eu ria-me quando ela reclamava, protegia as pessoas que amava com a vida, adorava crianças e eu deliciava-me a ve-la brincar com as crianças, os olhos brilhavam sempre que uma criança lhe sorria, e nesse momento eu sentia que tinha que concretizar um dos maiores sonhos dela, ter filhos.
Não sei como, mas perdia, não sei se foi nas noites em que ela me pedia que eu ficasse em casa e eu dizia que ia só ao café e ela ficava enrolada nas mantas a ler, sempre gostou muito de ler e eu chateava-me com ela porque preferia os livros a mim, ela esperava sempre por mim, até ao dia em que eu não cheguei a casa, tirei-lhe o livro do colo, apaguei a luz, deitei-me ao lado dela e dei-lhe um beijo. Até hoje não sei porque não fui para casa, perdi-a nesse momento, acordei com mensagens dela preocupada comigo, e eu sem lhe responder, fui cobarde e até hoje não lhe disse porque não tinha ido para casa, parti-lhe o coração e sei disso, tinha uma mulher espetacular ao meu lado e deixei-a fugir.
Ela procurou-me em todo o lado, mas eu não queria que ela me encontrasse, não queria olhar para ela e saber que as olheiras que trazia consigo eram culpa minha.
No outro dia vi-a, continua igual, o mesmo sorriso, a mesma postura, ela olhou-me e nesse momento só quis correr para ela, não corri, e arrependo-me disso.
Era a mulher da minha  vida e eu deixei-a partir, espero um dia deixar de ser cobarde e pedir-lhe desculpa e esperar que ela ainda me receba com o mesmo encanto que me recebeu da primeira vez.

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