365 dias sem ti

" O amor não se procura, encontra-se. Não se ensina aprende-se."

segunda-feira, 30 de março de 2015

Tu sabes que ele te ama, ou pelo menos queres acreditar que sim, sabes que ele te mente, mas preferes acreditar que são mentiras sem significado, sabes que ele mudou e não sabes o porquê mas acreditas que ele te vai contar.
Quando lhe pedes que te diga que te ama, ele olha-te com aqueles olhos verdes e diz-te o que queres ouvir e tu acreditas porque não consegues ver mentira no olhar, e acreditas uma e duas vezes, mas depois vem as discussões e ele diz-te coisas que não mereces ouvir e tu fazes o mesmo e no meio disto tudo magoam-se e nessa noite dormem de costas voltadas, respeitam a linha imaginária que existe no meio da vossa cama só para mostrarem que estão zangados e que querem um pedido de desculpa. E na manhã seguinte ele pede desculpa, diz que és a mulher da vida dele e que te ama mais do que tudo e tu mais uma vez acreditas, mas depois ele saí e não te volta a dizer nada durante o dia, desculpando-se com as piores desculpas de sempre, e tu como o amas acreditas.
No meio de tudo isto tu sabes que já não existe amor, pensas muitas vezes em dizer-lhe que acabou, que podem seguir cada um com a sua vida, mas em vez disso tu acabas por continuar, não sei se por teres medo, se por não teres coragem.
Mas tu sabes  que lá no fundo, ele ainda te ama, te deseja, mas tomou-te como garantida e nunca mais se lembrou que tu não estavas assim tão garantida, que precisavas de te sentir amada todos os dias, e que por muito que soubesses que ele ainda te amava isso não era suficiente, precisavas de te sentir viva, viva como ele te deixava nos primeiros meses, com a cabeça na lua e o coração cheio, sempre de sorriso nos lábios, e tu acreditavas que se ele te perdesse que provavelmente te ia voltar a conquistar todos os dias, mas nada era como tu acreditavas que ia ser, tu disseste-lhe o que sentias e ele deixou-te, e tu parva pensavas que ele te ia ligar no dia seguinte e ia correr para ti, não ligou no seguinte, nem no seguinte a esse, ligou um mês depois, já cansado da liberdade, ligou-te e disse que estava arrependido e que te queria de volta e prometeu que nada iria ser como antes, e tu como ainda o amavas e só o querias de volta, aceitaste-o de novo nos teus braços, abriste as portas de tua casa e do teu coração. Nessa mesma noite esqueceram a linha imaginária que vos separou na ultima noite que dormiram juntos e fizeram dessa mesma cama o vosso ninho de amor, fizeram amor e juras de amor, e prometeram que tudo ia ser diferente, ele prometeu-te que ia assentar contigo, que ia fazer de ti a mulher mais feliz do mundo, e tu como mulher apaixonada que sempre foste acreditaste.
E mais uma vez voltou tudo ao mesmo e tu tentaste levar o vosso barco a bom porto, ergueste as velas, tentaste tudo por tudo, mas é difícil quando é apenas um a tentar  e aí seguiste o que te diziam e deixaste-o, nessa noite choraste tudo o que havia para chorar e ainda hoje pensas no homem que achaste que ia ser o homem da tua vida,o pai dos filhos, o homem que se ia ajoelhar e meter-te um anel no dedo, e ainda agora acreditas que tudo o que tenha que ser teu as tuas mãos virá parar, e o teu maior erro é esperares que ele um dia ainda vai voltar.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Mais  uma vez sentimos a revolta, a revolta de ver novos tratamentos a funcionar,e  tentar entender o porquê desses tratamentos só apareceram agora, não pedia mais do que dois anos, era só o que pedia,dois anos aqui já era suficiente, era o tempo suficiente para realizar alguns sonhos, o tempo suficiente para nos despedirmos.
A verdade é que mesmo que tivessemos mais dois anos nunca nos iriamos despedir, nunca iriamos por fazer tudo o que  havia para fazer.
Hoje dei por mim estacionada a porta da tua casa, a vaguear por entre o teu jardim, é triste ver tudo aquilo que fazia parte de nós, aquilo que construimos verão após verão estar assim, destruido e sem conserto, desculpa avó por não ter conseguido manter vivo aquilo que tanto te orgulhavas, a nossa obra, o nosso cantinho, o meu refugio, o sitio onde achei que ia encontrar paz para conseguir esquecer que tinhas partido.
Desculpa por não ser forte o suficiente, por passados quase dois anos, ainda chorar e não entender o porque de me teres deixado, hoje enrolei-me num dos teus casacos que ficou perdido aqui por casa na esperança de me sentir protegida, como se tivesse nos teus braços, mas não aconteceu, não senti nada avó, nem o teu cheiro nem me senti protegida. Tenho tantas saudades tuas, tantas que nem tenho como explicar, queria tanto mas tanto que aqui estivesses, que me visses a entrar na universidade, que me visses a trajar pela primeira vez.
Lembraste avó, prometi-te que quando tirasse a carta que te levava a passar, não aguentaste até esse dia,  prometi também que iamos festejar os meus 18 anos em grande, prometeste-me um ramo com 18 rosas, ficaram tantas promessas por cumprir.
Tanto por dizer e tanto por fazer, tenho medo que com o tempo me vá esquecendo de ti, e tenho pena, muita pena, que as minhas irmãs não tenham tido a oportunidade de conhecer a mulher incrivel que tu eras, sei que apesar de tudo receberam todo o amor que tinhas para dar e que era graças a elas que aguentavas mais um dia, travavas mais uma batalha.
Desculpa por tudo e por nada, prometo mais uma vez ser forte.